Sindicato Rural discute problemas financeiros dos produtores
O Sindicato Rural de Palmital promoveu na manhã de quarta-feira da semana passada uma reunião com representantes de instituições financeiras para discutir o endividamento dos agricultores, que acumularam prejuízos em decorrência da quebra de produtividade de grãos no período entre as safras de 2005 e 2006, devido a fatores climáticos. O acúmulo de dívidas, segundo levantamento da entidade, atinge 70% dos produtores no município e dificulta os trabalhos no setor, que registrou resultados satisfatórios na última colheita e ainda tenta se recuperar da crise recente.
O encontro foi realizado na sede da entidade com a finalidade de alertar os bancos para os problemas financeiros que ainda persistem no meio rural, discutir alternativas para reduzir o endividamento e buscar informações corretas para orientar melhor os associados. A principal preocupação exposta a representantes do Banco do Brasil, Santander-Banespa e Nossa Caixa, foi com a quitação de parcelas de dívidas com custeio e investimento prorrogadas nas safras de verão de 2005 e 2006, além da safrinha do ano passado.
O presidente Basílio Amatti, acompanhado dos diretores Edson Valmir Fadel, o Branco, e José Roberto Ronqui, explicaram aos representantes dos bancos que, apesar da boa produtividade na última safra de verão, os agricultores estão enfrentando problemas para quitar os débitos, que começam a vencer nos próximos meses. Além de ter de pagar o dinheiro emprestado para instalar as lavouras colhidas recentemente e da baixa rentabilidade do cultivo de grãos, os produtores têm o compromisso de quitar parcelas de dívidas prorrogadas pela frustração de safras anteriores, período em que houve mobilização da classe, protestos e reivindicações ao governo para benefícios ao setor.
Os representantes dos bancos informaram aos diretores do sindicato sobre os procedimentos e prazos para a quitação das parcelas de amortização, além de mostrar que as instituições credoras estão, na medida do possível, dispostas a negociar cada caso e evitar que os produtores sofram com restrições de crédito. Eles orientaram também que os agricultores devem procurar os setores de crédito rural da agência o mais rápido possível para obterem mais informações sobre os contratos.
Segundo Basílio Amatti, apesar da boa safra recente e das notícias otimistas do setor agrícola, principalmente pela euforia da cultura da cana-de-açúcar, os produtores de grãos ainda enfrentam o impacto da crise que atingiu o setor entre 2005 e 2006. O presidente destacou que, apesar da prorrogação do prazo para o pagamento dos contratos, os produtores necessitam de parcelamento maior das dívidas. Ele enfatizou ainda que as medidas de apoio ao setor rural, anunciadas no ano passado pelo Ministério da Agricultura, foram ineficientes para atender à maioria dos produtores, que atualmente estão endividados e sem muitas opções para obter o crédito necessário à manutenção de suas atividades.
Fonte: Jornal da Comarca