Sindicatos da região se reúnem com Presidente da FAESP
Representantes dos sindicatos rurais de Assis, Cândido Mota, Ibirarema, Maracaí, Palmital e Pedrinhas se reuniram na quarta-feira passada com o presidente da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles. No encontro, ocorrido na sede da entidade, na capital paulista, foram apresentadas reivindicações para a solução da crise que afeta os produtores de grãos no Vale Paranapanema, que têm a agricultura como base da economia.
As reivindicações, que visam reduzir o endividamento do setor e restituir a capacidade de crescimento da atividade agrícola, foram elaboradas durante diversas reuniões entre os chefes dos sindicatos rurais, que avaliaram a realidade na região e apontaram as ações prioritárias. Meirelles, que assumiu na quinta-feira a presidência interina da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), ouviu os pedidos e se comprometeu interceder junto ao governo federal para auxiliar os produtores do Vale Paranapanema.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Palmital, Basílio Amatti, a crise econômica afeta todos os municípios da região, que têm forte presença da cultura de grãos, uma das mais afetadas pela descapitalização e que sofreu seguidas reduções de produtividade. “Fábio Meirelles encaminhou os dados para a equipe técnica da Faesp, para avaliar a viabilidade de atendimento das propostas. Também haverá um estudo sobre as causas da descapitalização dos agricultores para apontar onde ocorre o problema que reduz a rentabilidade da atividade.”, conta.
De acordo com Basílio, uma das ações imediatas pleiteadas é a prorrogação, nos moldes da securitização, de todos os tipos de contratos de crédito rural. Com isso, informou, o pagamento das atuais dívidas seria parcelado em 25 anos (prestações anuais), com 3% de juros e dois anos de carência. Outra reivindicação, apontou o presidente, é a efetiva aplicação do Estatuto da Terra (lei federal nº 4.504, de 1964), que prevê lucro mínimo de 30% ao produtor. “Ela [lei] também prevê a definição pelo governo, 60 dias antes do plantio, dos preços mínimos dos produtos, dos custos de produção e seguro de renda. Isso garante a estabilidade da atividade e possibilita que o produtor avalie qual a melhor opção para o investir nas lavouras”, completa.
Para forças a garantia de renda, explicou Basílio, os sindicatos da região já estão mobilizados e irão buscar adesão dos produtores para ingressar com ação judicial, com apoio da equipe jurídica da Faesp, para garantir a cumprimento da medida. “Já há decisões favoráveis da Justiça em outras regiões e esperamos que os produtores da região também tenham rendimentos garantidos pelo Estatuto da Terra. Caso parte destas propostas não sejam concretizadas, muitas culturas se tornarão inviáveis para o cultivo. E isso custará muito mais caro mais tarde, quando poderá faltar alimento na mesa de todos os habitantes do país”, finaliza.
Fonte: Jornal da Comarca