Agricultores retomam protesto na Raposo nesta quarta
Agricultores de Palmital voltam hoje à Raposo Tavares (SP-270) para protestar contra a política rural do governo federal e reivindicar a renegociação das dívidas e uma política que garanta renda mínima à atividade. A mobilização, no trecho entre o trevo de acesso à rodovia Nelson Leopoldino (SP-275) e a indústria Halotek-Fadel, deve ter continuidade até que o governo anuncie medidas que atendam as necessidades do setor que enfrenta séria crise financeira devido ao endividamento, aos altos custos de produção e baixos preços dos produtos.
A preparação do protesto começou na segunda-feira e ontem, quando agricultores levaram suas máquinas para as portas dos armazéns que estão fechados para o carregamento de grãos há três semanas. O protesto que se inicia hoje, segundo lideranças rurais, conta com a participação de produtores de Campos Novos, Ibirarema, Platina e Ribeirão do Sul. A expectativa é fazer por dias seguidos uma manifestação nos moldes da ocorrida na terça-feira da semana passada, quando houve o bloqueio de caminhões que trafegavam nos dois sentidos da Raposo Tavares. A Polícia Rodoviária, informam os manifestantes, já foi comunicada e fará a sinalização do local da manifestação.
A previsão da organização do protesto é de que haja a concentração de máquinas na cidade no início da manhã. Por volta das 8 horas, o tratoraço partirá para a Raposo. Se as condições de tempo não estiverem boas, o início da manifestação poderá ser adiado por medida de segurança, para evitar acidentes na estrada causados pela baixa visibilidade em condições de neblina ou chuva. No local do protesto será instalada uma barraca para descanso e alimentação dos agricultores. As máquinas serão recolhidas no período noturno ao pátio da Halotek-Fadel. O bloqueio na rodovia também deve ocorrer no trevo de Maracaí, que foi mantido até a sexta-feira passada e suspenso devido ao desgaste dos manifestantes.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Palmital, Basílio Amatti, o protesto deve continuar até que o governo anuncie medidas que beneficiem a agricultura. “Precisamos de ações do governo que viabilizem o alongamento das dívidas e que garantam a renda do produtor, dando suporte para que possamos continuar na atividade. Não podemos interromper a mobilização enquanto não houver solução para os problemas do campo. Só sairemos da Raposo em caso de uma notícia positiva na quinta-feira, conforme promessa do governo federal”, diz ele, afirmando que espera o aumento no número de participantes neste novo protesto. Ele também pediu que pessoas de outros setores participem do manifesto. “Queremos que a sociedade entenda nossa preocupação e apóie nossas reivindicações. Buscamos uma proposta satisfatória. Meia medida não resolve”, salienta, informando que não deve haver fechamento do comércio e dos bancos.
Fonte: Jornal da Comarca